20081226






A Igreja Universal do Reino de Deus, vulga IURD, foi fundada em 1977 pelo líder bispo Edir Macedo e já está presente em mais de 172 países. A doutrina neopentecostal da IURD é duramente criticada, tanto por fiéis de outras religiões como pelos que não são adeptos de nenhuma religião.
Há vários fatos comprovados da má fé do bispo Edir Macedo, incluem-se ai, materiais que vão desde processos que correm na Justiça até vídeos que evidenciam as práticas ilegais da Igreja Universal e sua cúpula diabólica: pastores e bispos que escarnecem da miséria que gera luxúria.
Nesse breve contexto, podemos perguntar: como a Igreja Universal consegue continuar crescendo mesmo com sua má fé comprovada?
Uma tentativa de resposta, necessariamente, deve perpassar pelos contextos social e cultural em suas relações com as manifestações litúrgicas de um povo, no entanto, irei me deter a um dos aspectos que diferencia a IURD das demais doutrinas, inclusive de outras neopentecostais: o culto à riqueza.
Para o bispo Edir Macedo, Deus é rico, portanto, ele não quer que você seja pobre. Enquanto para as outras religiões a riqueza é considerada, dentro do plano doutrinário, um elemento que pode colocar a fé em dúvida com o plano divino, na IURD ela fica à mostra, tanto nas múltiplas faces da vida do líder como nas construções dos templos. Entre os princípios da IURD, um deles nos aponta: “Todos os cristãos têm o direito à vida abundante, conforme as Palavras do Senhor Jesus: ‘… eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.’”
Nesse sentido, a IURD evidencia um dos aspectos apontados pelo sociólogo Zygmunt Bauman, como elemento central na definição da vida das pessoas e das relações entre pessoas e instituições e vice-versa: a ordem do consumo que perpassa por todas as classes e meios sociais. Na religião o consumismo está presente e dita o arrebatamento dos fiéis.
A fé vem sendo transformada em “produtos”, isto é, há um ritual ou manifestação específica que promete cura/libertação de problemas nas quais as pessoas enfrentam, sejam eles de ordem material ou “espiritual”. Entre os mais comuns, podemos citar os que se referem a falta de dinheiro e/ou emprego, a cura de doenças que vão desde uma infecção simples até um câncer terminal, a libertação da insatisfação vivida pelos cônjuges, a libertação de alguma “possessão demoníaca” que é culpabilizada pela vida não estar dando certo, etc
.
Percebe-se que muitos problemas derivam da esfera social, causando impacto, certamente, na singularidade existencial de cada um, e o oposto também acontece, na interação sujeito e mundo não se separa a vida do objeto, mas o que é importante notar é que a busca de soluções concretas dentro dos setores governamentais e jurídicos são relegados. O bispo/pastor/líder espiritual passa a ser aquele que poderá aliviar as desgraças, sejam elas de qual ordem for, afinal, Deus é tudo em um.
Nesse sentido, as religiões assumem o caráter de magia, isto é, “soluções práticas e rápidas” para problemas em específicos. O religioso não tem mais necessidade de fazer suas duras penitências em uma constância exigida pelo plano divino, o auxílio religioso passa a ser de acordo com os problemas. Não significa aqui que as pessoas passam a buscar a instituição religiosa apenas quando precisam, mas que buscam sob a ordem do consumo, isto é, procura uma liturgia específica para o problema.
Como os problemas são freqüentes, e a fé pode torná-los ainda mais intensos, na medida em que “fecha” os olhos para a busca de outras soluções dependendo dos ideais de fé de cada fiel, os religiosos podem perfeitamente manter uma freqüência considerável não só na sua igreja mas também em busca de outras que apresentam melhores ofertas.
Tais ofertas podem ser entendidas como recursos extras que as igrejas oferecem para conquistar o fiel. Se na Idade Média a igreja católica queria se firmar enquanto fé universal, fazia-se necessário a guerra em nome de Deus, hoje, dentro de uma pluralidade religiosa, é bem óbvio que o papa não irá mais convocar os fiéis para matarem os “pagãos”. A “guerra” vem bem disfarçada em forma de solidariedade, amor, fraternidade e outras oferendas embaladas em soluções específicas de cura, libertação e conquistas.
As instituições religiosas oferecem vários locais litúrgicos, distribuem entre os dias e horas um variado “cardápio”, de forma que se estou com um problema de ordem demoníaca eu não vou à sessão empresarial, procuro um local ou uma hora onde posso consumir uma “sessão do descarrego”.
Embora várias religiões estejam se adaptando a nova ordem do consumo, a IURD se desponta nesse aspecto. Em suas especialidades, há, inclusive, sessões para empresários que buscam atender os que estão à falência ou os que desejam aumentar seus milhões.
A ordem do consumo implica não só em uma disposição administrativa da igreja e numa variabilidade de ritos para atender os desejos do “impossível”, faz-se presente também, em formas de “brindes” e regalias, tais como, (1) oferecer gasolina para os fiéis, (2) criação de bares, (3) oferecimento de prática esportiva para atrair jovens e uma infinidade de eventos, shows e pequenas obras de cunho “social”, tais como cursos de artesanato, pintura, bordado, etc.
O consumismo é cego, a fé também pode ser cega, de forma que juntam-se numa cegueira só, eufórica e bem apresentável sob a forma de felicidade. Um fim, um produto, uma nova vida: qualquer coisa que acena para uma negação da vida concreta em detrimento de uma vida no supra-sensível dos ideais, capaz de eliminar todo sofrimento e trazer felicidade eterna, é possível de ser acolhida com bom grado e afagos, nem que para isso seja necessário negar todas as evidências que tornam o herói Edir Macedo em um grande diabo que faz dinheiro com a miséria humana.




Religião e sentimento de culpa para Nietzsche

Epílogo:

Esse quebrar-se a si mesmo, esse zombar da própria natureza (…), no qual as religiões deram tanta importância, é na verdade um altíssimo grau de vaidade. Toda a moral do Sermão da Montanha faz parte disso: o ser humano tem verdadeiro prazer em violentar-se com exigências exageradas, e depois endeusarem sua alma com esse Algo tirânico e exigente. Em toda moral ascética o ser humano reza para uma parte de si mesmo como um Deus, e por isso necessariamente tem de demonizar a outra parte (…)”. – Humano, demasiado humano; Nietzsche
Uma das principais temáticas abordadas por Friedrich Nietzsche gira em torno da moral, uma das obsessões do filósofo. Contextualizada em sua análise da gênese da moral e suas implicações para as culturas, encontramos uma discussão capaz de ressoar no atual momento de euforia religiosa, sobretudo, a evangélica que vem crescendo no mundo ocidental: o sentimento de culpa, elemento tão marcante das religiões, principalmente na versão cristã.
Embora seja difícil traçar um único momento dessa análise por parte de Nietzsche, já que o mesmo está sempre retomando os temas em suas obras, podemos encontrar sua exposição sobre a origem do sentimento de culpa e suas implicações para a humanidade em “Humano, demasiado humano” e “Aurora”, obras escritas no período de 1878 a 1881.
Nesse momento Nietzsche entende a religião como uma metafísica do povo, na medida em que a mesma serve para anestesiar males que aterrorizam os homens. Se o conhecimento sobre a natureza avançar os homens passam a depender menos de causas sobrenaturais, de tal modo que, diante de uma determinada enfermidade já conhecida utilizamos um medicamento e/ou procedimentos médicos em detrimento das rezas e sacrifícios. Decorre um pouco desse raciocínio a famosa frase “Deus está morto!” que traduz o assassinato de Deus pela modernidade – não é virando ateu que se mata Deus, matamo-lo na medida em que passamos a substituir a reza pela ciência, mesmo que seja nos pequenos atos como no exemplo do medicamento. Nesse sentido, o dinossauro medieval atual, vulgo papa Bento XVI, também é um legítimo assassino de Deus.
Esse ponto de vista não significa que o a religiosidade seja destruída, apenas limita o poder dos sacerdotes e da instituição Igreja; a principal sustância, que se trata da crença em um destino futuro, permanece fortemente cristalizada no ideário religioso.
O sentimento de culpa é um recurso de forte sustentação e manutenção das religiões descendentes do judaísmo-cristão. Essa característica não é unicamente criação do cristianismo, suas raízes estão fortemente ligadas com o legado do pensamento socrático, platônico e cristão. (complemento: Nietzsche contra Sócrates >>)
Na tentativa de apontar fundamentos para esse recurso da fé cristã, Nietzsche se debruça sobre a religião da Grécia Clássica; neste momento a percepção de si mesmo não é denegrida, pelo contrário, os deuses gregos dividiam com os humanos os mesmos “defeitos” e “virtudes”, de tal forma que não era uma característica do homem ser fraco e pecador, enquanto a perfeição e poder absoluto ficavam para um deus absoluto.
Para Nietzsche o cristianismo é originalmente uma religião que encontrou solo fértil no meio de pessoas que viviam na miséria e na opressão, uma religião pobre em auto-estima. Os homens foram banhados na lama com os ideais cristãos, no entanto, apenas essa constatação não deixou Nietzsche satisfeito quanto à origem do sentimento de culpa.
Outras três causas são apontadas pelo filósofo. Uma delas é o esfacelamento da cultura romana que já demonstrava desgastes frente às invasões bárbaras e a presença de outras culturas que minavam o poder romano. Aqui o sentimento de culpa pode ter funcionado como um “excitante” ou “droga” para que os homens dessa época buscassem uma redenção divina. Neste momento batia à porta o cristianismo, oferecendo aos homens um novo encanto para a vida, uma possibilidade de converter todos os males de uma cultura envelhecida em uma redenção que cintila no futuro – a vida na eternidade.
Uma segunda causa Nietzsche vai buscar na psicologia dos homens considerados santos, mártires e ascetas. Nesses homens cresce um vigoroso sentimento religioso. Eles combatem com ímpeto o próprio corpo, os desejos, os pensamentos e os impulsos; consideram-se baixos e vulgares sendo necessário, para não perecer, estar sempre buscando a “purificação”. Porém, Nietzsche nos aponta que, embora possam parecer homens “humildes’, eles são a miséria e a glória, a fraqueza e o poder. Isso porque o homem, segundo o filósofo, é capaz de olhar para si e ver uma natureza de encantamento e ao mesmo tempo obscura, misteriosa e perigosa.
Como conseqüência e última causa, Nietzsche aponta que o “’ser humano ama algo em si, um pensamento, um desejo, um produto, mais do que outra coisa em si, que portanto ele dilacera sua natureza e sacrifica uma parte dela pela outra (…)”. Nesse sentido, o santo, o mártir e o asceta encontram o triunfo no rebaixamento que oculta uma humilhação carregada de orgulho.
O ideal tão valorizado pelas religiões cristianizadas, isto é, o denegrir a vida, o corpo e o homem, escondem no fundo a vaidade, a prepotência e um orgulho desmedido.
Certamente que o exposto são algumas considerações do pensamento de Nietzsche sobre a religião e o poderoso veneno do sentimento de culpa. Faz-se necessário, ao leitor mais interessado no assunto, buscar conhecer a análise da origem e implicações da moral, além do pensamento socrático e suas implicações para as culturas; esses elementos estão presentes no pensamento do filósofo que se debruçou sobre uma cultura que se firmou pelo “Conhecimento sem conhecimento”.Sentimento de culpa cristão na atualidade
Um olhar mais atento na realidade atual pode nos mostrar que os prazeres e os desprazeres da vida mudaram, no entanto, a essência do sentimento de culpa, isto é, sua capacidade de mutilar a vida e a alegria do aqui-e-agora em detrimento de uma vida eterna, continuam vingando, fazendo vítimas e sepultando pessoas. Vemos isso com freqüência em nossa sociedade predominantemente religiosa: o desejo sexual reprimido retornando em forma de neuroses; a violência contra a mulher e as crianças; os sacrifícios de animais que lamentavelmente ainda são praticados como forma de redenção; a culpabilização do corpo e da vida material enquanto algozes da moral cristã, etc. – Além da terrível e brutal esterilização de pensamentos questionadores dos dogmas, implicando em autopunições danosas ao fiel que “ousar” se perguntar quanto à veracidade de seus valores. As formas que o sacrifício e a flagelação podem assumir irão variar de acordo com os graus de fé e submissão.
Referências:
NIETZSCHE, F., Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. São Paulo: Companhia das letras, 2000._________, F., Aurora. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Igreja Católica sofrerá “grande crise interna”, afirma Leonardo Boff

A Igreja Católica sofrerá uma “grande crise interna” porque os milhões de católicos do mundo não têm uma representação adequada nos assuntos administrativos do Vaticano, declarou o teólogo Leonardo Boff, promotor da Teologia da Libertação, nesta segunda-feira (28).
“A futura crise na Igreja Católica se dará, porque no Vaticano não se encontram todos os genuínos representantes dos católicos no mundo”, disse Boff, em conversa com os jornalistas, após uma visita ao presidente paraguaio , Fernando Lugo, bispo católico suspenso pelo Vaticano por se dedicar à política.
“Na maioria dos países latino-americanos, pratica-se o catolicismo e existe a maior quantidade de praticantes dessa religião do que em outros continentes”, avaliou Boff, insistindo em que “esses católicos não estão bem representados”.
Quando era cardeal, chefe da Congregação da Doutrina da Fé, o agora papa Joseph Ratzinger puniu Boff por sua pregação em favor da Teologia da Libertação.
“O crescimento zero da Igreja Católica no planeta” é outro fator que atiçará sua crise interna, vaticinou Boff.
Durante seu encontro com Lugo, o religioso brasileiro se pôs à sua disposição para assessorá-lo.
Fonte: France Presse
Em Ribeirãp Preto/SP:

Igreja católica também aceita dízimo pago com cartão

A Catedral de Ribeirão Preto vai usar máquina de cartão de crédito para receber pagamento de casamento, batizado e até dízimo. No domingo, após a última missa das 19h, o padre Francisco Zanardo Moussa vai benzer o equipamento, que entra em uso no dia seguinte.
Até então, a única opção era depositar o dinheiro numa caixa de ferro, com cadeado, na entrada do templo.
É a primeira igreja a instalar o sistema on-line em Ribeirão, comenta padre Chicão, como é conhecido. Pode ser a primeira no Brasil também.
A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) não tem conhecimento do uso desse tipo de equipamento no país, nem a arquidiocese de São Paulo, com 284 paróquias, segundo as respectivas assessorias de imprensa.
Na arquidiocese de Ribeirão, o contador Caetano Marquese afirma não ter conhecimento de que alguma de suas 84 igrejas utilize a máquina de cartão de crédito.
Na missa, não
Padre Chicão afirma, no entanto, que a máquina não será usada nas missas, mas apenas na secretaria da igreja, em horário comercial. “Se colocasse na missa, a cerimônia perderia o sentido da eucaristia e passaria a ser comercial”.
De acordo com o pároco, que cursa o terceiro ano de Administração de Empresas, a instalação das máquinas está dentro de um processo de melhoria no atendimento paroquial. “É para facilitar a vida dos fiéis; eles perguntam se não podem pagar com o cartão”.
Hoje, a Catedral tem 800 dizimistas fiéis. O dízimo é uma proposta bíblica que a pessoa cumpre se quiser, diz padre Chicão. “Se você oferece para a comunidade, no sentido de despojamento e disponibilidade, recebe os sinais de Deus em troca”.
O padre não comenta quanto a igreja recebe em dízimo. Mas diz que não é suficiente para pagar despesas fixas, como os nove funcionários e a energia. “Fazemos festas e rifas para completar”.
Ele também não comenta o valor em ofertas. A cada fim de semana, 4.000 pessoas freqüentam as seis missas.
Com Visa ou Mastercard, casais poderão pagar - R$ 350 com efeito civil, ou R$ 220, só o religioso. Já a taxa para batizado é de R$ 42. No débito ou no crédito, o dinheiro cai na conta da paróquia.
A Catedral pagará taxa administrativa mensal de R$ 19, ao banco, em vez dos R$ 89 cobrados de estabelecimentos comerciais, pelo uso do equipamento, diz o padre.
NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA EM RIBEIRÃO
4 mil fiéis freqüentam a Catedral, no sábado e no domingo.
A média é de 666 pessoas em cada uma das seis missas, no final de semana.
800 fiéis são dizimistas na Catedral. O dízimo é 10% do salário.
A taxa para casamento é de R$ 350, com efeito civil.
Cada batizado custa R$ 42.
As máquinas recebem cartões Visa e Mastercard, no débito (à vista) e no crédito (é possível parcelar).
R$ 52 mil custou a reforma da secretaria, onde ficam as máquinas de cartões e os guichês de atendimento.
R$ 1 milhão irá custar o novo prédio de catequese da Catedral.
CNBB diz que cartão é mais seguro
A CNBB não vetou o uso de cartão de crédito. “Cada pároco pode decidir que recurso administrativo usar, consonante com sua arquidiocese”, diz o ecônomo (administrador financeiro) da CNBB, Francisco Souza.
O administrador da CNBB, diz não ver problemas no uso do cartão. “É mais seguro que deixar o dinheiro do dízimo na igreja, à mercê de assaltantes”, declara.
Dom Joviano de Lima Júnior, arcebispo local, está num congresso em Roma e só volta em novembro, por isso não pôde comentar.
Catedral terá prédio de R$ 1 mi
Padre Chicão também vai construir um centro de catequese, a partir de fevereiro. O prédio, de dois andares, está orçado em R$ 1 milhão.
A última obra foi a reforma de R$ 52 mil da secretaria administrativa da Catedral, onde vão ficar as máquinas de cartão de crédito.

Fonte: Jornal A Cidade/O verbo

20081222

Só um terço dos países-membros da ONU apóia a descriminalização da homossexualidade

19.12.2008
A França apresentou, pela primeira vez a proposta de descriminalização da homossexualidade na última quinta-feira, 18 de dezembro. Pediu que os 192 países, que fazem parte da ONU, abandonem qualquer discriminação legal e social dos homossexuais e transexuais. "Como se pode aceitar, em pleno século 21, que alguém seja preso, torturado ou executado por sua orientação sexual?", questionou Rama Yade, vice-ministra de Direitos Humanos da França.
A proposta conta até o momento com a assinatura de 66 países, incluindo o Brasil
, o que é insuficiente para conseguir sua adoção na Assembléia Geral. A declaração conta apenas com o apoio de um terço dos membros das Nações Unidas.

A decisão do Vaticano, de ter voltado atrás e apoiado a proposta francesa, parece não ter influenciado a maioria dos países onde ser homossexual é crime. 80 países criminalizam a homossexualidade e, em sete deles, a orientação sexual do indivíduo pode levar a pena de morte.

A delegação árabe assegurou contar com o respaldo de 62 países dispostos a votar contra o documento. Mesmo com a dificuldade de aprovar a proposta, Yade afirmou que "o fato de se falar pela primeira vez sobre a discriminação pela orientação sexual deixou de ser um assunto tabu nas Nações Unidas".
Voltou atrás:

Igreja Católica surpreende e pede descriminalização da homossexualidadePor Redação:12.12.08

Após séculos de perseguição aos homossexuais, a Igreja Católica, surpreendentemente, emitiu um comentário em prol da comunidade LGBT. Em anúncio oficial nesta sexta-feira, dia 12 de dezembro, o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, defendeu a descriminalização da homossexualidade em todos os países onde ela ainda é proibida."A Igreja é a favor da descriminalização da homossexualidade, ela não apóia leis penais que considerem crime a homossexualidade", afirmou Lombardi. Em seguida o porta-voz, porém, voltou com o velho discurso da Igreja: "o matrimônio entre homem e mulher é o único que a Igreja apóia e não aceita colocar no mesmo patamar casamentos entre pessoas do mesmo sexo".Conforme publicou a Ansa, a declaração de Lombardi é uma resposta às críticas de organizações LGBT e dos direitos-humanos, que diziam que a Igreja Católica não defenderia a descriminalização da homossexualidade. De acordo com o porta-voz, este tema é um “assunto misterioso”, já que nenhum texto sobre este tema foi apresentado na Organização das Nações Unidas.ONU
“Papa condena o materialismo”








Escrito por Ester Beatriz - setembro /2008





Na França(em setembro de 2008), o Papa Bento XVI condenou o materialismo dos tempos modernos durante uma missa para mais de 200 mil pessoas.A missa, no final da manhã deste sábado, foi a segunda do Papa em Paris. Durante o sermão, Bento XVI disse que a sede por poder, bens materiais e dinheiro é uma praga da sociedade moderna. . [Fonte]

O pontífice não disse se pra começar, abriria mão de usar sapato Prada, ou anel de ouro maciço, ou casula feita com 15 km de linhas de ouro e prata, ou ainda se doaria o crucifixo de ouro cravejado de diamantes e topázios recebido de presente do premiê italiano Silvio Berlusconi.
Isso sem falar nos cofres e bancos abarrotados por uma fortuna incalculável…Se a Igreja seguisse os preceitos da Bíblia que tanto prega, lembraria que o Filho de Deus nasceu em meio às palhas de um estábulo, cresceu em meio aos pobres e dividia o que tinha e não tinha com o próximo.
E com todo respeito, acho que o Papa definitivamente não escutou o que ele próprio dizia nessa tal missa em Paris… ou então ele estava ensaiando um stand-up comedy e quem não acabou entendo, fomos nós…


Comentários referente a este artigo:
smx Disse,
September 16th, 2008 @10:44 PM
Não é de agora que a igreja católica vem perdendo moral…Quem liga para o que a igreja fala?!Não repercute em nossas vidas, não ajuda ninguém, e ainda agente vê pedofilia e outras coisas mais…Só atrasa o desenvolvimento científico , levanta questão antigas e já superadas ….não propoe coisas novas….por isso perde espaço para “evangélicos” e afins…
Wallace Disse,
September 16th, 2008 @11:03 PM
ah se Nietchze lesse isso…
Tico Esteves Disse,
September 17th, 2008 @4:56 AM
Inacreditável! Como você disse, acho que fomos nós que não entendemos mesmo (só pode). Da vergonha de ter sido batizado na igreja católica.
Escrevi sobre isso lá no blog (não consegui evitar).
Parabéns pelo texto! Um abraço!
Ester Beatriz Disse,
September 17th, 2008 @10:33 PM
@Tiago Andrade: Eu receio que algumas religiões como um todo, são um poço de hipocresia…
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@Fernando Quirino (Mestre Zen): Concordo com você. O Papa João Paulo tinha mesmo um ar meigo e sereno… Já o olhar de Bento XVI mete medo…
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@smx: Endossando a minha resposta ao comentário do Tiago, a grande maioria das religiões são farinha do mesmo saco. Me desculpe mas quando uma igreja evangélica só ¨dá a bênção¨ para aquele que é patrocinador ou dizimista, passou ter qualquer outra conotação, menos a de religião.
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@Wallace: Revirando no túmulo agora, certeza…
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@Tico Esteves: Eu vi lá ahauahauahau O referência do Diabo Veste Prada foi 10! ahauahaua
Cleverton Disse,
September 18th, 2008 @10:52 AM
e acabei de receber um email, com o recorte de um jornal europeu onde o Papa proibe q as pessoas usem o nome pessoal de Deus - Jeová, Javé ou Iavé (em portugues)
algo q esta até em dicionarios, e muitos pesquisadores e arqueologos reconhecem.
acho q ele esta mesmo preocupado com o seu umbigo do q com as pessoas
Krika Disse,
September 18th, 2008 @10:18 PM
Ok, demagogia e hipocrisia é o que esses caras metido a sabi tudo tem.Na minha adolescência fazia aula de francês com umas freiras da igreja católica, e lá não tinha nada de modéstia ou de voto de pobreza, comiam tudo do bom e do melhor.Bom, isso só foi pra ilustrar, além do Papa ter a maior cara de gente falsa só tá dizendo meida.To fora desse grande negócio que é religião, s e nem por isso acho que eu precise estar metida dentro de uma igreja para ser boa.Quero distância desse pessoal controlador.Grande abraço, o texto ficou ótimo.
asjdfasda Disse,
October 26th, 2008 @6:58 PM
cara longe d tentar mudar suas opnioes sobre a igreja…mas gosto de fazer analise completa das coisas com certeza a igreja catolica é muito rica e proprietaria de muitos bens, claro que se existice uma empresa com mais de 2000 anos seria maior, porem sou contador, e analisei muitaos balanços e posso afirmar q existem empresas com marcas tao valiosas, falando monetariamente, exemplo,microsoft a malboro e a coca-cola, porem, nenhuma instituiçao do mundo faz tantas obras quanto a igreja católica, parem e vejam, aki na minha cidade por exemplo, existem no minimo umas 5 escolas que hoje sao estaduais e mais outra 2 particulares que foram construidas por padres, nenhuma outra instituiçao educa tanto quanto a igreja catolica, outro exemplo, so tem um hospital na minha cidade que é de irmas, todos os grupos de combate as drogas e alcoolismo sao apoiados pela igreja to falando de uma cidade com 60000 abitantes. claro que nos como estamos fora da igreja so é mais facil de criticar. isso acontece muito na politica tambem mas cada um com sua opiniao neh?!
Fernando Quirino (Mestre Zen) Disse,
October 27th, 2008 @1:08 AM
@asjdfasda: Assim, você como contador deve estar a par de palavras como deficit e superavit e que não estamos discutindo quanto dinheiro gastam, mas comparando quanto ganham e quanto gastam. Não há dúvida a mais de século que o superavit da igreja católica é incrivelmente alto, por mais que estejam construindo e criando e gastando e etc… Eles ganham e guardam muuuuuuuuuuuiiiiiiito mais do que gastam, e isso fica evidente nas discrepantes formas de demonstrar seu poder monetário.Não sou eu que inventei isso, pergunte a qualquer especialista em mercado financeiro (eu já fiz isso) que eles vão te explicar melhor ainda do que eu posso colocar em palavras.
PS: gente, mas eu gosto de uma picuinha né? nem sabia que tava inscrito nessa discussão hehehe
asjdfasda Disse,
October 30th, 2008 @5:42 PM
@Fernando Quirino (Mestre Zen): Realmente acredito que um especialista possa me explicar mais, porém desconheço qualquer organização, seja ela filantrópica ou não, que deseje ou tenha, por ventura, a intenção de encerrar qualquer exercício em déficit, o que procurei mencionar anteriormente é é uma espécie de analise “patrimônio vs tempo” se qualquer outra organização que tivesse o dois mil anos de existência, certamente seu patrimônio liquido seria maior, como citei empresas cujo PL é estimado ser maior do que o patrimônio da igreja, como um exemplo mais recente pode ser citado a Volkswagen e a Móbil que teriam o seu PL estimado maior que essa. (veja bem, estimado, ninguém pode afirmar com certeza, pois os preços das ações são dinâmicos, ainda mais em período de crise, hehehe… e não existe um BP da igreja para efetuar uma comparação em termos monetários).Outro ponto que pode ser abordado também é a questão de que a igreja é uma instituição cujo sua principal arrecadação é as doações, existem algumas taxas, de batizado, de missa, casamento, entre outras assim como em serviço publico ou privado existem taxas inclusive prevista no CTN também é provável que existam alugueis, mas em fim a principal arrecadação, ao que me consta e eu acredito ser verdade, é por meio de doações, um exemplo claro disso que posso citar aos interessados, é a existência de uma igreja construída por pessoas vizinha à empresa a qual sou sócio. E convenhamos, seria injusta a venda desta igreja a fim de levantar recursos para ser dividido seja lá com que for. Se estas pessoas viram a necessidade da existência desta igreja ali, ela deve continuar ali. Pessoas as construíram com seus recursos e/ou empenhos pessoais. Se hoje a igreja tem este patrimônio imensurável ao qual foi mencionado, foi porque de dois mil anos pra cá alguém viu a necessidade de que ele existisse e assim os constituíram em forma de doação, inclusive as obras citadas na publicação anterior foram constituídas desta forma e para ser sincero ficaria muito mais p. da vida de ver estas obras sendo leiloadas para dar dinheiro as pobres, e assim acredito ser com o papa, lembro-me de uma visita feita por ele aqui no Brasil onde houve uma mobilização nacional, porém em momento nenhum, fiquei sabendo de alguma exigência que ele tenha feito, mas sim as pessoas daqui que quiseram causar uma boa impressão que fizeram todas aquelas coisas,Contudo, como disse antes, não sou a pessoa mais indicada para falar, como acredito que ninguém aqui é. Por isso não podemos falar aquilo que não conhecemos direito, necessitaria pessoas mais aprofundada nos temas da referida organização para dar um parecer mais adequado. Alem do mais não acredito que os meus dois reais doados nas missas do fim de semana representem muito para mim, espero que nunca me faça falta e que possa vir ajudar alguém.


Mas notícia :

Para o Papa, salvar gay é tão importante quanto salvar florestas
Plantão Publicada em Dez/2008 Reuters/Brasil Online

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 disse na segunda-feira que "salvar" a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas do desmatamento.
"(A Igreja) também deve proteger o homem da destruição de si mesmo. Um tipo de ecologia humana é necessária", disse o pontífice em seu discurso na Cúria, a administração central do Vaticano.
"As florestas tropicais merecem nossa proteção. E os homens, como criaturas, não merecem nada menos do que isto".
A Igreja Católica prega que, embora a homossexualidade não seja um pecado, os atos sexuais são
. Ela se opõe ao casamento gay e, em outubro, uma importante autoridade do Vaticano chamou a homossexualidade de "desvio, irregularidade, ferida".
O papa disse que a humanidade precisa "ouvir a linguagem da criação" para entender os papéis de homens e mulheres. Ele afirmou que os comportamentos que vão além das relações heterossexuais são "a destruição do trabalho de Deus".
Ele também defendeu o direito da Igreja de "falar sobre a natureza humana como homem e mulher, e pedir que esta ordem da criação seja respeitada

20081214

Notícia do mês:
Bolívia: Governo quer tirar privilégios de poder à Igreja Católica
04 de Dezembro de 2008, 22:59
La Paz, 04 dez (Lusa) - A Igreja Católica vai perder "privilégios de poder" e deve passar a pagar impostos por actividades educativas que sejam "lucrativas", afirmou hoje o partido do presidente da Bolivia, Evo Morales.
O anuncio foi feito por César Navarro, líder parlamentar do partido em causa, o Movimento Socialista (MAS).
Segundo Navarro "as medidas devem entrar em vigor com a nova Carta Magna (novo texto constitucional do país).
O vice-presidente da Bolívia Alvaro García Linera assegurou quarta-feira em entrevista que a Bolívia terá uma nova Carta Magna, mesmo sem os votos favoráveis da oposição, a partir de 14 de Dezembro, o prazo final dado à Assembleia Constituinte boliviana para aprovar o novo texto constitucional.
"No dia 14 de Dezembro teremos um texto, oxalá com a assinatura dos 255 constituintes. O Governo quer um pacto com as minorias. No entanto, só negociará com a outra parte se ela demonstrar vontade", disse García Linera na mesma entrevista.
Ou seja, mesmo que a oposição se manifeste contra a nova carta, o partido de Morales pode aprovar o novo texto constitucional que, entre outras medidas, prevê retirar privilégios à Igreja Católica, porque governa com maioría absoluta.
Outro dos objectivos da Nova Carta é "garantir a independência do Estado perante a Igreja bem como garantir o respeito por outras religiões que existam na Bolívia", explicou Navarro.
"Quase 85 por cento das constituições do mundo têm uma política independente da religião. Entendemos que a nossa Constituição deve passar a defender o mesmo princípio", disse Navarro.
Na opinião do líder parlamentar, "não se trata de um confronto com a Igreja Católica uma medida necessária uma vez que religiosos como o cardeal e presidente da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), Julio Terrazas, passaram a emitir opiniões políticas.
A relação entre o Governo e a Igreja católica tem sofrido momentos de tensão desde que Morales tomou posse.
Em entrevista ao diário boliviano "La Razon", o padre Miguel Manzarena, responsável do Tribunal Eclesiástico da região de Cochabamba, disse que, por trás desses anúncios está uma política "intimidação".
Na opinião do religioso, o governo pretende perseguir, para quem ouse "levantar a sua voz".
Na mesma entrevista, Manzanera comentou ainda quea Igreja católica cumpre uma "missão muito importante razão pela qual goza de alguns privilégios".
"Não se pode cobrar impostos a uma instituição que cria asilos e/ou centros para pobres", concluiu.
A Igreja Católica Boliviana pediu aos opositores do Governo que apelem aos"organismos responsáveis para que estes garantam justiça."
BZR.
George W. Bush e o Papa Bento XVI: a politização de Deus Como o cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI , ajudou George W. Bush, um protestante fundamentalista, a vencer as eleições contra um senador católico -Joe Rocha Rangel -

Na eleição presidencial de 1960, entre o Vice-Presidente Nixon e o Senador John Kennedy, uma das investidas políticas mais freqüentes contra Kennedy era que, sendo católico, ele se submeteria às vontades do Vaticano, um rompimento grave da separação entre o Estado e a Igreja, e uma violação constitucional. Kennedy se viu compelido a abordar diretamente a questão, e proferiu um famoso discurso, em Houston, Texas, em setembro daquele ano. Claro, direto, objetivo, não deixou espaço à ambigüidade. “Acredito em uma América onde a separação entre a Igreja e o Estado é absoluta; onde nenhum prelado católico diria ao Presidente como agir, e nenhum ministro protestante diria a seus paroquianos em quem votar; onde nenhuma igreja ou escola religiosa receberia fundos públicos ou preferência política. Acredito em uma América que, oficialmente, não é católica, protestante ou judaica, onde nenhum servidor público solicita ou aceita instruções do Papa, do Conselho Nacional das Igrejas, ou de qualquer fonte eclesiástica; uma América onde nenhuma entidade religiosa tenta impor, direta ou indiretamente, seus desígnios sobre a população geral ou às ações públicas de seus dirigentes.” De fato, nos três anos em que foi Presidente, John Kennedy jamais confundiu suas funções administrativas com suas convicções religiosas. Hoje, a América secular preconizada por George Washington e Thomas Jefferson—e reiterada pelo Presidente Kennedy—está irreconhecível. A jornada para a vida eterna inicia-se nas calçadas históricas de Roma, em peregrinações de fé mostradas na televisão; o desvio em direção ao poder percorre auto-estradas do Texas, em operações sigilosas, onde a mensagem de Cristo é reduzida a veículo eleitoral, e a salvação da alma é uma questão de filiação partidária. Depois de receber uma descompostura pública do Papa João Paulo II., por causa da guerra do Iraque, o Presidente Bush, por iniciativa de seu conselheiro político, Karl Rove, aproximou-se da Santa Sé para lembrar que, apesar da guerra, Bush estava na linha de frente do combate à eutanásia, ao aborto, e, a uma tendência cultural que tem acumulado vapor nos Estados Unidos e no Canadá recentemente, o casamento gay. Àquela altura as pesquisas de opinião revelavam um empate entre Bush e Kerry. Se reeleito, Rove ponderou, o Presidente da única super potência do planeta, George W. Bush, seria um poderoso aliado do Vaticano na luta pela preservação dos rigores mais tradicionais da igreja. Quem sabe poderia ajudá-la a resgatar o vigor antigo, severamente corroído pela turbulência dos anos sessenta, protestos estudantis, o movimento hippie, a integração da mulher no mercado de trabalho. O então Cardeal Joseph Ratzinger comprou o argumento de Karl Rove. Assim é que pouco tempo depois, recomendava aos bispos americanos que recusassem comunhão a políticos católicos que não se posicionassem incisivamente contra o aborto, um ataque direto ao candidato presidencial John Kerry. Kerry endossava o pragmatismo do ex-presidente Bill Clinton, de que o aborto deveria ser legal, seguro, e acima de tudo, criterioso e raro. E o número de abortos declinou nos oito anos da administração Clinton, sem que a mulher que venha a submeter-se a eles, e o profissional da medicina que os pratica, fossem convertidos em facínoras. A alternativa é conhecida: para mulheres de classe média baixa, clínicas secretas de assepsia duvidosa; as abonadas recorrem ao ginecologista particular, caríssimo, que utiliza cuidados extremados. Durante as últimas semanas da campanha presidencial de 2004, uma carta pastoral foi lida nos púlpitos das igrejas católicas dos Estados Unidos, afirmando que votar no candidato democrata equivalia a “fazer um consórcio com forças satânicas.” A margem de apoio dos católicos ao Presidente Bush aumentou de 46 por cento, no ano 2000, para 52 por cento, em 2004. Um ganho percentual que desatou o empate a favor do Presidente Bush, e garantiu-lhe o segundo mandato. A eleição do Cardeal Ratzinger ao trono de São Pedro, meses depois do triunfo eleitoral do Presidente Bush em novembro do ano passado, consolidou a aliança da Santa Sé com a Casa Branca, e o envolvimento direto da religião na presidência estadunidense. É como nos tempos da Europa pré-moderna, quando poderes eclesiásticos exerciam influência no establishment político dos impérios e das monarquias vigentes. Sabe-se que Ratzinger abomina o iluminismo, que ele chama, com menosprezo, de “relativismo moral” —e compara ao nazismo—e considera a Revolução Francesa de 1789, um erro da História. Os dois líderes compartilham uma visão medieval do mundo, e o desejo de retroceder aos tempos felizes em que se cassavam bruxas nos telhados, atiravam-se os culpados de heresia na fogueira da inquisição, e o cristianismo era levado aos outros povos na ponta da espada. Não é por acaso que o Cardeal Ratzinger ocupava a direção da famigerada Congregação para a Doutrina da Fé, a Santa Inquisição reinventada. Ultraconservador, refratário a dissidência e ao debate, adepto da fé cega e da observância rígida aos costumes tradicionais da igreja romana, o novo Papa considera a crescente secularização do ocidente o maior perigo para o cristianismo. A primeira coisa que me veio à lembrança foi o nome do Frei Leonardo Boff, censurado pela Santa Sé por se meter em movimentos operários durante a ditadura militar no Brasil nos anos oitenta. Leonardo Boff e Frei Beto seriam, por assim dizer, protótipos do mau católico. A América Latina católica—o Brasil, a maior população católica do mundo— recebeu um cala-boca do clube de cardeais que selecionam o Papa. No entender do Cardeal Ratzinger, ou Bento XVI, a teologia da libertação era o marxismo de batina, parecer adotado pelo Papa João Paulo II, de quem era o braço direito. Para ele rock é um veículo da antireligião; o feminismo uma ameaça à família; homossexualismo uma perversão. Nesses pontos de vistas, o Presidente Bush reza pela mesma cartilha do novo Papa. O que os separa é a pena de morte. Numa postura claramente sectarista afirmou, em entrevista a um jornal europeu, que o ingresso da Turquia na União Européia deveria ser vetado por que a Turquia é um país de população predomidantemente muçulmana, portanto incompatível com a “cultura cristã européia”. O Presidente George W. e o Papa Bento XVI apresentam-se como santos guerreiros unidos contra o dragão da maldade: a apatia religiosa reinante na Europa, os anseios dos católicos das Américas por reformas, o feminismo, bichas, divórcio. Qualquer semelhança com o Taliban já não é mera coincidência. Embora contemple um presente adverso, com missas melancolicamente esvaziadas e uma escasses crônica de seminaristas, o Colegiado de Cardeais elegeu um teólogo do passado, beirando os oitenta, cuja prioridade é proteger a igreja das influências da cultura contemporânea. É a igreja comanda por uma gerontocracia reacionária, que só faz se afasta de suas ovelhas. Nenhum desdém aos idosos, acumuladores de sabedoria nos trilhos do trem do tempo, mas sem renovação de liderança, as idéias apodrecem e morrem. Os números contam uma história de encolhimento e descontinuação pertinente ao que tento dizer: 40 anos atrás, 1 575 padres foram ordenados; no ano 2002, apenas 450. O número de seminários caiu de 50 000, em 1965, para 4 700, em 2002. A Praça de São Pedro fervilha com o entusiasmo e a emoção dos fieis católicos, e cria a ilusão ótica que a igreja está no pique de sua popularidade. A participação da Igreja Católica na campanha para eleger George Bush é um vale-tudo espiritual em que os fins justificam as alianças, mesmo um pacto com um império arrogante comandado por um belicista de Q.I. baixo. O Presidente Bush pode interromper suas férias para salvar Terry Schiavo, mas é pouco provável que ajude a salvar a igreja de sua letargia atual. A juventude européia simplesmente não tem estômago para as motivações do Presidente Americano, menos ainda a América Latina. Parece-me que o desafio equivocado do novo Papa na metade da primeira década do novo milênio é se interpor entre homens que se beijam, calar a música do U2, intrometer-se em úteros alheios, enquanto as verdades manifestas com todo zelo e ênfase pelo Filho de Deus, justiça social, tolerância, amor ao próximo, perdão, diluem-se na histeria da multidão ante o anúncio solene, a fumaça branca, os sinos produzindo o eco de um passado sombrio, dito em uma língua morta: “habemus papum”, "habemus papum".

20081211

Obscurantismo:A luta da Igreja Católica contra a ciência
Desde 1559 a Igreja Católica censurou de 4000 livros procurando manter a humanidade sob o seu monopólio ideológico, mantendo assim a exploração de milhares por uma ínfima minoria junho de 2008

Este triste episódio que estamos presenciando no último período, através da luta que a Igreja Católica vem realizando contra o desenvolvimento de pesquisas científicas com as células-troncas, que encontra eco na cúpula reacionária e corrupta do regime político brasileiro, no governo Lula, no judiciário, não é, infelizmente nenhuma novidade para a humanidade.
Por quase 500 anos, a Igreja Católica, oficialmente criou uma instituição especializada na perseguição contra cientistas, artistas, filósofos etc.: a Inquisição, mais tarde chamada de Congregação para a Doutrina da Fé. Esta congregação criou em 1559 o “Index Librorum Prohibitorum” (Lista dos Livros Proibidos). Esta lista continha livros escolhidos pela congregação ou pelo papa, tinha como objetivo proibir a veiculação e leitura desses livros entre os católicos para cassar livros que contivessem erros teológicos, evitar a “corrupção moral” e assim o monopólio ideológico destas seitas reacionárias.
Os livros passavam por uma censura prévia e eram somente publicados se retirassem, omitissem, alterassem trechos determinados pela Congregação.
O Index foi atualizado regularmente até 1948. Neste ano foi publicada a trigésima-segunda edição que continha cerca de 4.000 títulos, por várias razões como heresia, deficiência moral, sexualidade explícita, pensamento político “incorreto” etc. E foi publicado pela última vez em 1966.
Durante todo este período milhares de importantes personalidades que lutaram em busca de um entendimento racional do mundo, do seu funcionamento, procuraram expressar a subjetividade humana foram duramente atacados por esta instituição.
Se dependesse dela, os maiores patrimônios da humanidade estariam todos queimados na fogueira da Inquisição; estaríamos ainda escondidos ainda na caverna de Platão, completamente dominado por esta burocracia religiosa ligada ao imperialismo romano, francês, inglês e agora norte-americano na defesa da permanente exploração humana.
Veja a seguir uma parte dos autores que foram classificados no index como perigosos: Rabelais , Montaigne, Descartes, La Fontaine, Pascal,Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Denis Diderot, Helvétius, Casanova, Sade, Mme De Stael, Stendhal, Balzac, Victor Hugo, Gustave Flaubert, Alexandre Dumas, Emile Zola, Maeterlinck, Pierre Larousse, Anatole France, Andre Gide, Jean Paul Sartre, Peter Abelard, Erasmus, Maquiavel, John Calvino, John Milton, Malebranche, Baruch Spinoza, John Locke, Bishop Berkeley, David Hume, Condillac, d'Holbach, d'Alembert, La Mettrie, Condorcet, Daniel Defoe, Jonathan. Swift, Swedenborg, Laurence, Emmanuel Kant, H. Heine, J. S. Mill, G. D'Annunzio, H. Bergson etc.
Neste momento, a Igreja procura novamente travar o desenvolvimento científico da humanidade, na luta pela sobrevivência contra doenças, pelo desenvolvimento da produção etc., na questão das células-tronco repetindo métodos medievais. Sucumbir a isso é manter e permitir que milhares de homens e mulheres continuem sofrendo devido aos dogmas de alguns.

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=6344
Sugestão de leitura: Mentiras Fundamentais da Igreja CatólicaPepe Rodriguez Capa mole. Terramar 2001. ISBN: 9727102980 / 972-710-298-0EAN: 9789727102983

Descrição da editora:A Bíblia mostra, sem sombra de dúvida, que Jesus foi um judeu que não teve qualquer intenção de fundar nenhuma nova religião e nenhuma igreja, que não foi morto aos 33 anos (pois viveu pelo menos até aos 40) e que teve, no mínimo, sete irmãos.Alguns dos principais dogmas católicos estão em contradição com o facto de os apóstolos não terem qualquer convicção quanto à personalidade divina de Cristo, quanto à virgindade de Maria e quanto à ressurreição. Assim como existiu, da parte de Jesus, uma proibição explícita, quanto à formação de um clero profissional.Este livro constitui uma análise aprofundada e escrupulosa da Bíblia, permitindo-nos conhecer não só o que de facto está nas Sagradas Escrituras mas sobretudo o modo como o seu conteúdo foi desfigurado, no decurso dos séculos.Trata-se de uma obra para crentes e ateus, que nos apresenta uma nova visão da verdadeira mensagem cristã e que proporciona respostas a muitas questões geralmente deixadas no escuro.
Livro recomendado: "O Holocausto do Vaticano"

Prefácio, por Avro Manhattan
Este livro tem sido, freqüentemente, criticado, condenado, banido, mutilado, destruído e até mesmo queimado, do mesmo modo como tem sido citado, recomendado, reproduzido e elogiado, em muitas partes do mundo, por causa dos eventos e revelações nele descritos.
O indivíduo comum não pode aceitar os fatos espantosos de que há poucas décadas a Igreja Católica tenha advogado conversões forçadas, ajudado a construir campos de concentração e tenha sido responsável pelos sofrimentos, torturas, e execuções de centenas de milhares de não-católicos, pelos feitos friamente perpetrados através de seus membros leigos e eclesiásticos. Além do mais, que muitas dessas atrocidades tenham sido executadas pessoalmente por alguns dos seus sacerdotes, e até mesmo frades.
Um dos principais objetivos deste livro é relatar onde, quando e por quem tais atrocidades foram cometidas. O autor levou metade de uma década de penosas investigações, antes de aceitar o que parecia inacreditável. O resultado é este livro documentado a partir das mais diversas fontes de autoridade possíveis. Dentre elas, pessoas com quem o autor se relacionou pessoalmente. Algumas destas desempenharam papel insignificante nos eventos religiosos, políticos e militares aqui narrados.
Outras foram testemunhas oculares. De fato não poucas até mesmo foram vítimas das inacreditáveis atrocidades sancionadas e promovidas pela Igreja Católica. Os nomes da maioria dos participantes, leigos católicos, militares, sacerdotes, frades, bispos, arcebispos e cardeais, bem como os das vítimas não católicas, homens, mulheres e crianças, incluindo clérigos, são tão genuínos como os nomes das localidades, Vilas e cidades onde as atrocidades aconteceram. Sua autenticidade pode ser verificada por qualquer pessoa que deseje fazê-lo. Documentos e fotos dos campos católicos de concentração, das execuções em massa e das conversões forçadas ao Catolicismo, alguns dos quais constam deste livro, estão guardados nos arquivos do Governo Iugoslavo, da Igreja Ortodoxa, das Nações Unidas e de outras instituições oficiais.
A revolução ecumênica, embora aparentemente fascinante, tem-se demonstrado apenas como um outro Cavalo de Tróia, através do qual o poder católico, vestido de trajes contemporâneos, continua a deixar claro que a Igreja está mais ativa do que nunca. Os exemplos chocantes do terrorismo católico contemporâneo, ocorridos em Malta e no Vietnã, muitos dos quais tiveram lugar durante o ofício do “bondoso e velho Papa João XXIII” e, de fato, sob o pontificado de Paulo VI, dispensam qualquer elucidação. Eles são as provas maiscondenatórias de que a Igreja Católica, apesar de sua alegada liberalização, fraternização e atualização, basicamente não mudou sequer um til. A portentosa significação do que está descrito neste livro, por conseguinte, deveria ser cuidadosamente escrutinada, para evitar que o passado se repita no futuro. Ou até mesmo agora, no presente.

20081210


October/2007 ·

reportagem edição online da Newsweek:
O caso levanta questões a respeito da extensão da homossexualidade no Vaticano. Aqueles que não acreditam na desculpa do monsenhor Stenico crêem que ele faz parte de uma comunidade secreta gay composta por altos funcionários do Vaticano. Sem revelar sua identidade, funcionários da Santa Sé reconhecem que tal comunidade existe mas, segundo um, ‘não é uma rede formal que lhes permite protegerem-se uns aos outros’. Outros já há muito consideram Roma o paraíso para padres gays, que são enviados para o Vaticano por não terem como sobreviver numa paróquia. ‘Roma é famosa por isto’, diz um padre de paróquia na Itália que pede para se manter anônimo. ‘Eles precisam ser enviados para algum lugar e então recebem algum cargo inócuo em Roma.’ Isto ficou evidente no ano passado, quando um monsenhor importante na Cúriase envolveu numa perseguição em alta velocidade após a polícia pedir que ele parasse o automóvel num distrito romano conhecido pela presença de garotos de programa.
Leian artigo na íntegra: http://pedrodoria.com.br/category/religiao/outros-cristaos/igreja-catolica/
Igreja Católica Apostólica Pedófila

Em muitas comunidades ou famílias conservadoras – e há um bocado delas, na América Latina e Europa – é difícil perceber-se homossexual. Não está nos planos casar com nenhuma das moças das redondezas e é preciso compreender o porquê numa fase em que o sujeito tenta lidar com estas sensações intensas que não consegue explicar.
Para alguns, a saída é abraçar a fé, meter-se num seminário e literalmente entregar a Deus na esperança de que uma solução apareça.
Ela não aparece. Mas isto explica a alta concentração de homossexuais na Igreja.
Somos, todos, seres sexuais. O desejo, às vezes intenso, às vezes não, está sempre presente. Num meio em que é proibido, o desejo precisa ser contido, trancado, escondido – mas aflora. De tão contido, às vezes, ressurge de forma doente.
A pedofilia faz parte da cultura institucional da Igreja. Há padres pedófilos em todas as regiões do Brasil, da América, da Europa, da África – onde está a Igreja, lá está a pedofilia. É uma doença. Padres não são os pedófilos que têm fotos de crianças no computador. São professores, conselheiros, tutores. Eles são aqueles que têm acesso às crianças.
Se esta pedofilia toma mais freqüentemente a forma homossexual, explica-se pela alta concentração de homossexuais no clero católico.
Num tempo de mídia plena, casos de pedofilia, tradicionalmente escondidos e abafados pela Igreja, pelas famílias, pelas comunidades, ganham as telas. A maneira como o Vaticano sempre lidou com eles fica evidente: não entrega os criminosos à polícia. Não trata das vítimas. Cala. Transfere os sujeitos para que façam novas vítimas noutras paragens. Abafa. Esconde.
Esta é a prática habitual mais perniciosa da Igreja Católica.
Lançado há alguns meses pela BBC, este documentário abre com um ex-padre demonstrando como cercava suas vítimas. É para estômagos fortes, coisa que, dado o assunto, ninguém saudável é obrigado a ter. E é para quem sabe inglês ou é capaz de ler as legendas em italiano.
via Idelber Avelar

acesse link do artigo:http://pedrodoria.com.br/2007/06/30/igreja-catolica-apostolica-pedofila/


E a propósito de como a Pedofilia esta custando caro a Igreja de Roma:

Igreja Católica deve pagar indenização recorde por abuso sexual
A Igreja Católica chegou a um acordo financeiro estimado em US$ 660 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) com mais de 500 pessoas que alegam ter sido vítimas de abuso sexual por padres em Los Angeles, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo advogado das supostas vítimas, Ray Boucher, mas a indenização ainda tem que ser aprovada por um juiz. Este seria o maior pagamento já feito pela Igreja desde que surgiu o escândalo de abuso sexual envolvendo religiosos em 2002 e elevaria o total de indenizações pago pela Igreja desde 1950, nos Estados Unidos, a US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões).Em uma carta enviada recentemente a seus paroquianos, o cardeal Roger Mahony disse que a Igreja venderia prédios administrativos e consideraria a venda de outras 50 propriedades para levantar fundos para o acordo.A diocese ainda não comentou o resultado das negociações, mas informou que integrantes da Igreja planejavam aparecer perante a corte na manhã da próxima segunda-feira. Uma das supostas vítimas no processo, Steven Sanchez, disse estar ao mesmo tempo aliviado e desapontado com o resultado. "Eu estava emocionalmente pronto para levar a arquidiocese para a corte em menos de 48 horas, mas estou feliz que todas as vítimas vão receber uma compensação", disse ele. "Espero que as vítimas encontrem algum tipo de conforto nesse processo."O advogado Ray Boucher disse que o acordo também pedia a divulgação de arquivos pessoais confidenciais dos padres. "A transparência é parte fundamental disso", disse Boucher.Para David Clohessy, diretor da Rede de Sobreviventes a Abusos Cometidos por Padres, apesar do valor recorde do acordo, dinheiro não era o objetivo principal das vítimas. "Nunca é uma questão de dinheiro. As vítimas querem conforto, prevenção, conclusão, prestação de contas."Desde 2002, cerca de mil pessoas entraram com ações contra a Igreja Católica só no estado americano da Califórnia. Em fevereiro de 2004, um relatório encomendado pela própria Igreja concluiu que mais de 4 mil padres católicos nos Estados Unidos tinham sido acusados de cometer abuso sexual nos últimos 50 anos.(BBC Brasil)
Lei Estadual contra Homofobia no Estado de São Paulo

A Secretaria de Justiça de São Paulo responsável pela aplicação de penas contra aqueles que discriminam homossexuais e transexuais, de acordo com a Lei estadual nº 10.948/2001, multou neste ano, por duas vezes, uma associação e um homem que agiram de forma homofóbica. Foram as duas primeiras penas de multa já que o mais comum era a pena de advertência. Em um dos casos uma associação de servidores públicos foi multada em quase R$ 15 mil por não ter aceito o pedido de funcionário público da capital paulista para inclusão de seu companheiro como dependente. No segundo caso, em Pontal, cidade do interior do Estado, um homem de 27 anos foi multado no mesmo valor por ter chamado um homossexual de "veado". O pequeno número de multas aplicadas justifica-se diante das poucas denúncias que a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania recebe. Poucos conhecem essa lei que pode ser usada como uma "arma" no combate ao preconceito. O Poder Judiciário em alguns casos tem cumprido sua função de distribuir a justiça. Porém, o Legislativo não tem acompanhado as evoluções de nossa sociedade, principalmente no que diz respeito aos homossexuais, omitindo-se de legislar em favor desse segmento, o que faz com que permaneçam à margem da lei, sem qualquer proteção por parte do Estado. Todos os projetos de lei que dizem respeito à defesa de seus direitos são engavetados o quanto antes, e só são levados à debate apenas quando nossos representantes na Câmara e no Congresso sofrem grandes pressões da sociedade e de seus pares que têm intenção em promover a igualdade. Existem bancadas no Congresso, como a católica e as evangélicas, que são terminantemente contra a aprovação de projetos dessa natureza e se utilizam de inúmeros artifícios para barrá-los. É necessário apressar a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia (PEC 122), que vai considerar crime agir com preconceito em relação aos homossexuais, tal como ocorre em relação aos negros. Deveria também dar atenção especial e colocar em votação, de forma urgente, o projeto de lei que regulamenta a "união estável" entre pessoas do mesmo sexo. Só com atitudes dos nossos representantes no Congresso Nacional é que conseguiremos começar a mudar esse cenário trágico de discriminação e preconceito.Sylvia Maria Mendonça do Amaral é advogada especialista em Direito de Família e Sucessões do escritório Mendonça do Amaral Advocacia, autora do livro "Manual Prático dos Direitos de Homossexuais e Transexuais" e editora do site Amor Legal - (
sylvia@smma.adv.br)

Leia artigo na íntegra:
http://www.ccr.org.br/a_destaque_dossie_homofobia.asp#n28
Igreja na contra-mão da história(como sempre):


Brasileiro quer tornar crime a homofobia, diz DataSenado, O apoio ao projeto é maior na região Sul, entre pessoas com curso superior, jovens de 16 a 29 anos e ateus.

AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - Pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, mostra que 70% dos brasileiros concordam com a aprovação do projeto de lei que torna crime a discriminação de
homossexuais. Foram ouvidas 1.120 pessoas, de 6 a 16 de junho, das quais 69% conheciam a proposta. O projeto de lei foi aprovado na Câmara em 7 de dezembro de 2006 e tramita atualmente na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.O apoio ao projeto é maior na região Sul (73%), entre pessoas com curso superior (78%), jovens de 16 a 29 anos (76%) e ateus (79%). Os menores porcentuais de aval à proposta foram registrados no Centro-Oeste (55%), entre pessoas que estudaram até a 4ª série do Ensino Fundamental (55%), que tenham de 50 a 59 anos (64%) e evangélicos (55%).O projeto altera a Lei 7.716/99, que trata de crimes de discriminação por raça, cor, etnia, religião e nacionalidade. A proposta é estender as punições aos comportamentos homofóbicos. Passaria a ser crime impedir, recusar ou dificultar o acesso ao mercado de trabalho e a ambientes públicos ou privados por causa de orientação sexual.

Contra as Mulheres, o Papa volta a condenar anticoncepcionais

Como se não bastasse condenar o aborto e promover uma verdadeira caça às bruxas contra as mulheres que abortam, o papa Ratzinger volta a condenar os preservativos e os métodos contraceptivos.


Na comemoração dos 40 anos da encíclica "Humanae vitae" de Paulo VI que definiu a posição da Igreja sobre a anticoncepção, o papa Ratzinger reafirmou sua importância e “valores que permanecem intocáveis”.A encíclica publicada em 1968, com o subtítulo “Sobre a regulação da natalidade” define que “não é lícito aos filhos da Igreja adotar, na regulação dos nascimentos, caminhos que o magistério, explicitando a lei divina, reprova”. E ainda que ”devemos, uma vez mais, declarar que é absolutamente de excluir, como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado, e, sobretudo, o aborto querido diretamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas.

É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher.
É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação. (...)“
E propõe um único método “licito” para prevenir a gravidez: “Se, portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que acabamos de recordar”.
Controle da mente e dos corpos
A encíclica foi a resposta da Igreja ao desenvolvimento da medicina e dos métodos de planejamento familiar, ampliando a cada dia as reivindicações democráticas das mulheres, com conquistas que vinham acontecendo em todo mundo, com a pílula, na discussão do aborto e também no direito ao divórcio, que no Brasil só foi conquistado, ainda que restrito, na década de 70.

Ao repetir as palavras do papa Paulo VI, de 40 anos atrás, Ratzinger confirma que a Igreja tem as portas fechadas para qualquer evolução e cumpre seu papel como primeiro papa alemão após a Idade Média.

Reafirmou na comemoração que para a Igreja os homens não podem ter liberdades e decidir sobre seus corpos. “Caso não queira se expor à mercê dos homens a missão de gerar a vida, deve-se reconhecer necessariamente limites - que não se podem evitar -, à possibilidade do domínio do homem sobre seu próprio corpo e suas funções, limite que nenhum homem - mesmo privado ou revestido de autoridade - pode infringir". E mantém como única alternativa para a contracepção a “castidade” e a “observação dos ritmos naturais da fertilidade da mulher".

A Igreja Católica é a principal agente conservadora contra as liberdades democráticas, e especialmente do que diz respeito aos direitos que garantem autonomia, o desenvolvimento pleno e a real possibilidade de emancipação da mulher.

Pelo direito à maternidade livre

A campanha que temos acompanhado contra esses direitos, que ignora inclusive a violência sexual sofrida por mulheres do mundo inteiro, e as doenças sexualmente transmissíveis, que nos países mais pobres e explorados é responsável por índices altíssimos de mortalidade só pode ser feita por uma instituição ultraconservadora, que quer manter seu poder, domínio e influência a qualquer custo. Ao custo de muitas vidas.

Para a maternidade e a paternidade serem exercidas por amor e com garantias, é necessário atender diretos básicos, que estão muito distantes da subjetividade chamada pelo papa de “amor conjugal”. Apenas com garantias de direitos, liberdades, salários dignos, educação, saúde etc. isso pode acontecer.

Lutar pelo direito aos métodos contraceptivos, quando essa for a vontade da mulher, pela distribuição gratuita nos postos de saúde, inclusive da contracepção de emergência, pelo direito ao aborto legal e seguro. E, quando a decisão for pela maternidade, por creches nos locais de trabalho, na universidade e escolas, uma verdadeira licença maternidade de seis meses.

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=9353

Igreja Católica
Papa: campanha reacionária para os jovens


O papa Ratzinger está viajando o mundo com a campanha obscurantista contra o aborto, às mulheres e o sexo. Nesta semana foi encerrada a Jornada Mundial da Juventude na Austrália com discurso contra o aborto e pedindo desculpas pelos inúmeros casos de abusos sexuais por padres pedófilos

Em julho de 2008 :

Foi realizada em Sidnei, na Austrália, a chamada Jornada Mundial da Juventude, organizada pela Igreja Católica.

O encontro, na sua 23o.edição, tem o evidente objetivo de agrupar os jovens católicos em torno da reacionária política da Igreja Católica e de suas campanhas.

O papa Ratzinger participou do encontro e ressaltou a importância para a Igreja da campanha contra o aborto.

As atividades em volta do encontro foram de

tipo nazista, como a retirada dos mendigos das ruas para a realização do encontro.

"Um grupo de apoio aos sem-teto de Sidnei lamentou que cerca de 130 pessoas que normalmente dormem nos dois grandes parques públicos do centro da cidade, Hyde Park e Domain, tenham sido transferidas pelas autoridades para outras áreas, para dar espaço aos peregrinos durante a semana da Jornada Mundial da Juventude." ( Estadão 16/7/2008)

Após quatro dias de encontro foi feito o encerramento com missa ao ar livre no hipódromo de Randwick, em Sidnei.

A missa começou com a volta à Idade Média e cantos gregorianos em latim, como manda o novo estilo litúrgico imposto por Ratzinger.

Também insistiu em sua reacionária e retrógrada condenação ao aborto: "Uma nova geração de cristãos é chamada a colaborar para criar um mundo no qual a vida, presente de Deus, seja bem-vinda, respeitada e apreciada, não rejeitada, temida como ameaça e destruída".

Na verdade, a Igreja Católica é contra qualquer meio contraceptivo, desde os preservativos, pílulas e o aborto.

Interessante que este fato joga por terra a tese da "defesa da vida" a partir da concepção.

E coloca a discussão em termos materiais como de que o sexo sem a autorização da Igreja deve ser fortemente reprimido.

Não se trata de defesa da vida, de nenhuma maneira. O que está colocado é a Igreja manter o seu poder de autorizar as pessoas a se relacionar apenas através do casamento por ela abençoado e, vale dizer, com muita moderação.

Após muita insistência, o papa ainda pediu desculpas pelos casos de padres pedófilos, que se generalizam por todo o mundo.

O que a Igreja quer é condenar a humanidade ao atraso completo e manter a mulher sob total controle do homem. Ao predominar a política da Igreja, as mulheres voltarão ao passado e serão obrigadas a cuidar dos filhos e do marido, presas dentro de casa.

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=7801
Igreja Católica busca afirmar supremacia no momento em que as religiões são superadas pelo progresso tecnocientífico e pela filosofia pós-metafísica


FOLHA DE SÃO PAULO

A verdade verdadeira

ANTÔNIO FLÁVIO PIERUCCI -ESPECIAL PARA A FOLHA:
Pobre século 21. Quem poderia imaginar que a esta hora da pós-modernidade, que já vai bem avançada, fosse surgir, e surgir assim tão extemporaneamente insolente e aparentemente tão segura de si, essa figura esquisita e mofina de um fundamentalismo católico que entra em cena de salto alto, mas de mau jeito, na parte mais pós-cristã do Ocidente, que é a Europa pós-industrial?
Quem imaginaria?
Mesmo conhecendo o conservadorismo clerical do papa Bento 16 e o autoritarismo disciplinar por ele exercitado em seu passado recente de “grande inquisidor“ no pontificado de João Paulo II, quem poderia supor que seria dado já agora, o passo discursivo decisivo para um mal-estar inter-religioso de monta num contexto cultural generalizado de afirmativo pluralismo cristão?


O Fundamentalismo,cabe lembrar é o tipo específico de pluralismo religioso alvejado pelo documento do Vaticano -o pluralismo de igrejas cristãs- constitui a tendência dominante que define a dinâmica do campo religioso brasileiro na atualidade.
A única verdade da fé cristã encontra-se na Igreja Católica“, acaba de afirmar o Vaticano.
Não bastassem a arrogância fundamentalista da “Christian America“ monoteísta do governo de George W. Bush e a truculência fundamentalista do monoteísmo intransigente dos aiatolás e talebãs, agora vamos ter pela frente, para completar, mais esta espécie do mesmo gênero: o fundamentalismo católico, que afirma o primado cristão da verdade católica no universo multicultural das igrejas cristãs agora declaradas “não-igrejas“ ou “igrejas lacunares“.
Sempre me pareceu difícil, enredada, a posição da Igreja Católica em matéria de pluralismo religioso. Seu ecumenismo mais progressista de vez em quando engasgava.
Não era para menos, pois tudo o que a impele à afirmação (plenamente legítima como pleito de identidade doutrinária feito a si) de que a fé em Cristo Deus-e-Homem é uma só -não podendo, portanto, a fé no mesmo Cristo ser senão a mesma fé- leva logicamente à conclusão de que a igreja de Cristo só pode ser uma.
Desde os primeiros séculos de um cristianismo tornado religião dominante (isto é, do início do século 4ø em diante), a reza diária ou semanal do credo cristão inclui a profissão de fé na igreja “unam sanctam“.
Una, tanto sentido de unida quanto no de única em seu gênero, de uma só no singular.
A partir da era constantiniana, que inaugura a era dos concílios ecumênicos, tudo se passou como se o desiderato original de “unidade“ das comunidades cristãs se abrisse para a pretensão lógica de “unicidade da igreja“, armadilha objetivista que logo se fecharia na presunção prática de “unicidade do poder eclesial“ apoiado no poder do Estado imperial.
Uma só fé, uma só igreja: é essa a velha lógica herdada do período triunfalista anterior ao Cisma do Oriente (século 11) e à Reforma protestante (século 16), que volta a presidir ao documento emanado da Congregação para a Doutrina da Fé (de 29/6/2007), assinado pelo cardeal William Levada e aprovado pelo papa, o qual (sic) “ordenou-lhe a publicação“.
Ou seja: trata-se de uma tomada de posição magisterial que goza de máxima autoridade, atacada porém de convulsiva auto-suficiência e descabido autoritarismo. Não precisava tanto, é a impressão que dá.
O dogma da infalibilidade não diz que somente papas não erram em matéria de fé?
Pois parece que, antes mesmo de se tornar Bento 16 [em 2005], o cardeal Ratzinger já andava absolutamente convencido de sua onipotência cognitiva. A certeza de estar sempre certo em matéria de teologia cristã, mais certo que todos os outros, não aparece como capacidade nova adquirida do novo posto hierárquico, mas um dote pessoal que há décadas vem exercitando: o de se saber mais certo que todos os outros cristãos católicos, romanos ou não; que todos os outros cristãos orientais ou ortodoxos; que todos os outros cristãos protestantes ou evangélicos.
O resultado é que o governo do papa Ratzinger se preocupa acima de tudo com questões de doutrina. Desde que se tornou o “pastor alemão“ do governo do polonês Wojtyla [João Paulo II], tem se esforçado (em vão) por recolocar a religião católica no terreno do conhecimento dito objetivo, terreno esse já fartamente minado para toda religião desde a modernidade ilustrada, que dirá na pós-modernidade.

Há muito que, no campo da(s) verdade(s) objetiva(s), a religião, seja ela qual for, não tem mais como competir intelectualmente, e é por isso que há tanta religião oferecendo cada vez mais transes, êxtases e outros mergulhos na interioridade inefável.
Como conhecimento, a religião leva de goleada do progresso tecnocientífico e da filosofia pós-metafísica. Bento 16 é do tempo em que os humanos encaravam a religião como conhecimento verdadeiro, não como experiência vivida e interpretação não-objetiva da realidade. Ele é daquele tempo e desse tipo.
Faz-me lembrar da comparação feita por Weber (1864-1920) entre Lutero e Calvino: Lutero, o amoroso, Calvino, o lógico. Em Calvino, diz Weber, a fé na arbitrariedade divina da salvação e da condenação eternas derivava não da experiência religiosa, como para Lutero, mas da necessidade lógica de seu pensamento.
Enquanto em Lutero a religião era algo “vivenciado“ amorosamente, em Calvino era algo de friamente “pensado“, “cogitado“, levado às últimas conseqüências lógicas. Para Calvino era mais importante seguir até o fim a coerência da verdade divinamente definida do que solidarizar-se responsavelmente com o destino e a convivência dos seres humanos. Tal e qual Joseph Ratzinger, o primeiro papa do século 21.
Com uma enorme diferença: tal disposição em Calvino foi impassivelmente revolucionária; em Bento 16, não poderia ser mais geladamente reacionária.

ANTÔNIO FLÁVIO PIERUCCI é professor de sociologia na USP, autor de, entre outros, “O Desencantamento do Mundo“ (editora 34).