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Bolívia: Governo quer tirar privilégios de poder à Igreja Católica
04 de Dezembro de 2008, 22:59
La Paz, 04 dez (Lusa) - A Igreja Católica vai perder "privilégios de poder" e deve passar a pagar impostos por actividades educativas que sejam "lucrativas", afirmou hoje o partido do presidente da Bolivia, Evo Morales.
O anuncio foi feito por César Navarro, líder parlamentar do partido em causa, o Movimento Socialista (MAS).
Segundo Navarro "as medidas devem entrar em vigor com a nova Carta Magna (novo texto constitucional do país).
O vice-presidente da Bolívia Alvaro García Linera assegurou quarta-feira em entrevista que a Bolívia terá uma nova Carta Magna, mesmo sem os votos favoráveis da oposição, a partir de 14 de Dezembro, o prazo final dado à Assembleia Constituinte boliviana para aprovar o novo texto constitucional.
"No dia 14 de Dezembro teremos um texto, oxalá com a assinatura dos 255 constituintes. O Governo quer um pacto com as minorias. No entanto, só negociará com a outra parte se ela demonstrar vontade", disse García Linera na mesma entrevista.
Ou seja, mesmo que a oposição se manifeste contra a nova carta, o partido de Morales pode aprovar o novo texto constitucional que, entre outras medidas, prevê retirar privilégios à Igreja Católica, porque governa com maioría absoluta.
Outro dos objectivos da Nova Carta é "garantir a independência do Estado perante a Igreja bem como garantir o respeito por outras religiões que existam na Bolívia", explicou Navarro.
"Quase 85 por cento das constituições do mundo têm uma política independente da religião. Entendemos que a nossa Constituição deve passar a defender o mesmo princípio", disse Navarro.
Na opinião do líder parlamentar, "não se trata de um confronto com a Igreja Católica uma medida necessária uma vez que religiosos como o cardeal e presidente da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), Julio Terrazas, passaram a emitir opiniões políticas.
A relação entre o Governo e a Igreja católica tem sofrido momentos de tensão desde que Morales tomou posse.
Em entrevista ao diário boliviano "La Razon", o padre Miguel Manzarena, responsável do Tribunal Eclesiástico da região de Cochabamba, disse que, por trás desses anúncios está uma política "intimidação".
Na opinião do religioso, o governo pretende perseguir, para quem ouse "levantar a sua voz".
Na mesma entrevista, Manzanera comentou ainda quea Igreja católica cumpre uma "missão muito importante razão pela qual goza de alguns privilégios".
"Não se pode cobrar impostos a uma instituição que cria asilos e/ou centros para pobres", concluiu.
A Igreja Católica Boliviana pediu aos opositores do Governo que apelem aos"organismos responsáveis para que estes garantam justiça."
BZR.
20081214
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